O maior desafio para o nosso processo sempre foi o da validade. E também nosso maior dilema, pois sempre recolhemos os nossos pães que não foram vendidos das lojas, resultando num desperdício que desde sempre nos incomodou. Há alguns anos atrás, tivemos um atenuante na nossa consciência, quando estabelecemos uma parceria com a empresa Vide Verde, que recolhe resíduos orgânicos e os converte em adubo. Uma grande alegria para nós devolver à terra, aquilo que dela colhemos e transformamos.
Há não muito tempo, surgiu uma designação, que espontaneamente sempre praticamos, o Clean Label, conferido a produtos alimentícios mais simples, transparentes e naturais, com rótulos que não precisam de um dicionário de química para entender seus ingredientes. No entanto, para isso, sustentamos o ônus de oferecer uma validade muito pequena o que sem dúvidas, agrava o desperdício.
Porém, creio que movidas pelas circunstâncias do momento, na qual cresce a consciência e consequentemente a rejeição por produtos químicos na alimentação, empresas que historicamente desenvolvem produtos conservantes para a panificação, tem se debruçado sobre alternativas "clean label", ou seja alternativas “limpas” para os ingredientes químicos.
Dessa forma, estamos testando, um desses produtos que se trata de uma farinha de trigo fermentada, composta por agente antimicrobiano natural e que é eficaz na inibição de bolores. Ela altera o pH da massa e confere mais tempo de prateleira. É isso que confere aos pães de fermentação natural uma resistência muito maior a bolores.
Depois de anos de persistência e de comprometimento com a produção de pães verdadeiramente integrais e naturais damos boas vindas a essas transformações, impulsionadas pelas demandas crescentes por produtos alimentícios de qualidade.
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